quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Garotinho recebeu R$ 3 milhões em contrato fictício com a JBS, diz delator

Constança Rezende, O Estado de S.Paulo


Anthony e Rosinha Garotinho são presos pela PF
Anthony e Rosinha Garotinho em campanha no município de
Campos dos Goytacazes. Foto: Wilton Junior/Estadão

O empresário André Luiz da Silva Rodrigues informou ao Ministério Público Eleitoral que a sua empresa Ocean Link Solutions Ltda realizou um contrato simulado com a JBS para viabilizar a doação de R$ 3 milhões para a campanha do ex-governador do Rio, Anthony Garotinho (PR). Rodrigues procurou a Polícia Federal para fazer a delação, que embasou a prisão preventiva de Garotinho, de sua mulher Rosinha Garotinho, e outras sete pessoas nesta quarta-feira, 22.
+++ PF aponta propina de R$ 2,6 milhões da JBS para Garotinho e Rosinha

Outro preso foi Ney Flores Braga, um dos responsáveis pela arrecadação de dinheiro para a campanha de Garotinho em 2014. O delator contou que, em reunião determinada por Anthony Garotinho, alguém da empresa JBS faria contato com o empresário Brauny, seu sócio na empresa Ocean Link, para tratar de uma contratação.

Garotinho é preso
Garotinho foi preso no início da manhã em seu apartamento
na zona sul do Rio. Foto: Fabio Motta/Estadão

Segundo o MPE, Rodrigues contou que o negócio foi firmado tempo depois, “restando esclarecido posteriormente que o contrato entre a Ocean Link e a JBS seria simulado com vistas a transferir, mediante conta bancária e nota fiscal fria, R$ 3 milhões de reais que deveriam ser repassados para o réu Anthony Garotinho utilizar em sua campanha eleitoral para o Governo do Estado do Rio de Janeiro”, diz, na denúncia.

Garotinho foi preso na manhã desta quarta-feira, 22, e encaminhado para a sede da Polícia Federal no Rio e depois para o Instituto Médico Legal (IML). Rosinha foi levada para a sede da PF no município de Campos.