quinta-feira, 15 de março de 2018

Quatro anos após Lava-Jato, corrupção comandada pela dupla medonha Lula-Dilma ainda pesa no resultado da Petrobras


COMPERJ - DIVULGAÇÃO

Bruno Rosa e Ramona Ordoñez, O Globo

Quase quatro anos após a Lava-Jato ter chegado à Petrobras com a prisão do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, a estatal ainda sofre com os reflexos da corrupção revelados pela operação da Polícia Federal. No ano de 2017, a estatal foi obrigada a descontar de seu resultado um custo de R$ 11,20 bilhões referente ao acordo feito com os investidores nos Estados Unidos para encerrar a ação coletiva movida pelos investidores nos Estados Unidos. Não fosse isso, a estatal teria registrado lucro de R$ 7,089 bilhões, o que poderia ser o primeiro justamente desde o fim de 2013, o último em que obteve ganhos.


Mas a limpeza dos esqueletos dentro da companhia ainda pode estar longe do fim. Essa incógnita envolve os projetos polêmicos feitos pela companhia, que foram alvo de pagamento de propina por parte das construtoras. Um dos casos é o Comperj, em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Como a estatal ainda tenta concluir as obras do empreendimento, paralisadas após o escândalo de corrupção vir a público, o projeto registrou perdas, contabilizadas como impairment, de R$ 167 milhões no ano passado. Em 2016, a estatal já havia reconhecido perdas de R$ 1,315 bilhão.

Outro projeto envolve as perdas da Refinaria Abreu e Lima (Rnest). Como a construção da segunda unidade de refino foi postergada pela companhia, a estatal reconheceu perdas por desvalorização de R$ 1,507 bilhão. Uma dessas premissas, como bem diz a estatal em seus documentos anexados à Comissão de Valores Mobiliários, envolve o orçamento da companhia, afetada pelo aumento da dívida nos últimos anos. Em 2016, a perda já havia chegado a outros R$ 2,531 bilhões.

O resultado da companhia poderia ainda ter sido melhor se a Petrobras não tivesse sofrido com o atraso no programa de desinvestimentos e de busca por parcerias estratégicas. Ao longo do ano passado, a estatal teve de reiniciar o processo de venda de ativos para se desfazer de campos terrestres, marítimos e subsidiárias como a própria BR Distribuidora. 

Agora, a estatal se vê em torno de novos estudos para vender a Liquigás, cuja venda para o Grupo Ultra foi vetada pelo Cade, responsável pela concorrência no Brasil.

Embora Pedro Parente, presidente da Petrobras, venha acelerando as iniciativas para ajustar o balanço da companhia, a percepção é que a limpeza ainda está longe do fim, assim como a redução do endividamento, que, apesar de estar caindo, ainda está em US$ 109,3 bilhões, uma das maiores do mundo entre as petroleiras.