terça-feira, 24 de abril de 2018

Lava-Jato cumpre mandados no Congresso Nacional


Deputado federal Eduardo da Fonte é alvo de mandado da PF - Givaldo Barbosa / Agência O Globo

Jailton de Carvalho, O Globo


A Polícia Federal cumpre mandados no Congresso, na manhã desta terça-feira, em nova ação da Operação Lava-Jato. Há um pedido de prisão o ex-parlamentar Márcio Junqueira (PP-RR). Os agentes cumprem busca e apreensão no gabinete e no apartamento do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). Dudu, como é conhecido, é ex-líder do PP na Câmara.

O senador Ciro Nogueira (PP-PI) também é alvo de mandado de busca e apreensão. A operação desta terça-feira foi deflagrada, segundo investigadores, para apurar crime de obstrução de Justiça. Os mandados foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

A operação foi deflagrada em conjunto com a Procuradoria-Geral da República.
Na quinta-feira, Fachin, relator dos processos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou arquivar uma investigação contra deputados do PP — parte de um inquérito que investigava um repasse de R$ 2,7 milhões a seis deputados do PP, incluindo o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PB).

O caso do vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, foi encaminha para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A decisão foi tomada a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que não encontrou provas contra os parlamentares, mas disse haver contra Dornelles, que não tem foro no STF.

O inquérito investiga supostos pagamentos da empreiteira Queiroz Galvão a membros do partido, originado a partir da Lava-Jato. E trata de duas situações diferentes. O pedido de Dodge diz respeito apenas ao primeiro episódio: o suposto pagamento feito nas eleições de 2010. O outro fato investigado é a suspeita de realização de um contrato fictício em 2011, no qual não houve arquivamento. Aguinaldo Ribeiro e Eduardo da Fonte continuaram a ser investigados nesse caso, ao lado do senador Ciro Nogueira (PI) e do deputado Arthur Lira (AL).

Em relação a esse segundo episódio, a procuradora-geral considerou que a investigação precisa continuar, e pediu para que ela seja prorrogada por 60 dias. Fachin atendeu o pedido.