AURÉLIO BARBATO, NEO MONDO
As fontes renováveis de energia estão ficando cada vez mais eficientes, mas o armazenamento de energia continua sendo um obstáculo no caminho da ampla adoção da energia sustentável no mundo
energia renovavel
Para preencher essa lacuna, algumas empresas estão pensando fora da caixa e investem no desenvolvimento de armazenamento de energia que depende do ar frio.
“O ar comprimido é uma tecnologia interessante,” Ravi Manghani, diretor de armazenamento de energia em Greentech mídia disse à BBC. “Pode ser uma forma de armazenamento a granel”.
A Alacaes na Suíça é uma empresa que explorou o armazenamento de energia do ar frio, perfurando um buraco no lado da montanha, no qual o ar frio comprimido é armazenado até ser necessário para dirigir uma turbina.
A técnica de perfuração de montanhas de Alcaes pode ser eficaz, embora seja limitada em suas aplicações.
“A desvantagem é que tem que confiar em formações geológicas específicas; precisa de cavernas subterrâneas que, em si, é uma limitação”, disse Manghani.
Armazenamento de energia por ar liquido
O Highview Power Storage, com sede no Reino Unido, é pioneiro em um método alternativo para o armazenamento de energia do ar frio usando refrigeração para arrefecer o ar para -196 graus Celsius, altura em que o ar se torna líquido. Este ar líquido é então mantido em ambientes de baixa pressão até que seja necessário.
A Highview construiu uma instalação perto de Manchester que usa o calor gerado pela queima de gás residual de um aterro sanitário para expandir o nitrogênio líquido no ar armazenado. O ar expandido é então canalizado através de uma turbina, que gera eletricidade.
A Highview espera que esta instalação seja conectada à rede energética do Reino Unido na primavera de 2018.
A empresa espera que suas instalações sirvam de modelo para um planeta que precisa desesperadamente de soluções de armazenamento de energia limpa.
Globalmente, o mundo está percebendo que a verdadeira escala da grade, o armazenamento de longa duração é um requisito se quisermos dar um futuro descarbonizado”, disse Stuart Nelmes, diretor de engenharia da Highview, à BBC, “e essa tecnologia desempenhará um papel fundamental.”
*AURÉLIO BARBATO É ADMINISTRADOR DE EMPRESAS E ECONOMISTA, FORMADO PELA FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DE SÃO PAULO, ESPECIALIZADO EM ECONOMIA SUSTENTÁVEL.